
Até que um dia o seu oposto lhe acicatou os quereres, lhe incentivou os engenhos, lhe excitou os desejos mais intensos de poder.
A Criatura ergueu-se e revoltou-se.
Decidiu não permitir a insana posse das mentes fracas pelas promessas vãs de um ente fraco.
A Besta levantou dolorosamente o seu corpo abjecto do monte fétido onde jazia e partiu em busca de novas presas, espumando com a promessa de sentir o cravar dos seus dentes em cada uma delas.
Partiu, num dia de páscoa e entrou pelo fogo no templo sagrado dos fracos de espírito. Derreteu fálicamente em cada círio aos olhos dos miseráveis, escorreu lentamente, conspurcando cada tábua que vedava o seu acesso aos enterrados da vida, deixou marcas que jamais poderiam ser arrancadas.
Começou, ele sim, a sentir-se o dono das almas, o rei das trevas, o senhor do fogo.
Espalhou-se com efeitos epidémicos, lutou, fez sangue ser derramado aos rodos mas em cada vitória sentia um intenso orgasmo percorrer-lhe a espinha e fecundar novos pastos para as suas chamas.
O vício estava instituido e jamais alguma coisa seria capaz de o parar...
O chão ficou então infectado com o esperma da Besta e a terra será para sempre um ventre fértil e fácil para quem detem o poder das almas...